Entrevista publicada no Jornal UMdicas
(www.dicas.sas.uminho.pt)
Catarina Dias, 19 anos, aluna do 1º ano de Eng. Biomédica, capitã da equipa de voleibol senior feminino do SCBraga. Após ter representado as Selecções Nacionais de Cadetes e Juniores em poules de apuramento para os Campeonatos da Europa e do Mundo, esta jovem atleta teve a sua consagração em 2004/05 ao conquistar o Campeonato Nacional de Juniores pelo SCBraga. Vamos conhecer um pouco melhor a Catarina, que é uma de seis atletas do SCBraga, que actualmente fazem parte da equipa de voleibol da UMinho.
UMdicas - Com que idade iniciaste a prática competitiva do Voleibol e onde?
Catarina Dias - Comecei a praticar voleibol com 14 anos na escola EB 2,3 de Lamaçães.
UMd - Achas que Voleibol ajudou no teu desenvolvimento enquanto indivíduo?
CD - Sim, porque fiz grandes amizades, fez-me crescer enquanto pessoa porque fui ganhando responsabilidades e proporcionou-me viagens que me ajudaram a conhecer novos países e diferentes culturas.
UMd - Qual foi o papel da tua familia no teu percurso enquanto atleta de alta competição?
CD - Toda a minha família me apoiou e sempre incentivou a ir o mais longe possível no voleibol, mas sem nunca esquecer o lado académico.
UMd - Quantas vezes treinas por semana, e quanto tempo?
CD - Treino 5 a 6 vezes por semana durante 2 horas.
UMd - A maneira como tu lidas com a pressão e a ansiedade antes dos jogos é algo que tu consegues trabalhar e treinar, ou simplesmente é algo com que apenas lidas na hora de entrar em campo?
CD - Depende muito dos jogos. Quando são jogos importantes ou decisivos entro um bocadinho nervosa, mas vai passando com o decorrer do jogo. Senão, entro como se fosse um treino. Em qualquer dos casos, o estado de espírito é sempre o mesmo: é para ganhar!
UMd - Qual é para ti a grande diferença entre a competição federada e a competição universitária?
CD - Na competição federada há jogos todos os fins-de-semana, por isso temos que ter aqueles treinos certinhos durante a semana. Na competição universitária os jogos decorrem por torneios de apuramento, são alguns dias sempre a jogar. Mas tanto numa competição como noutra o objectivo é o mesmo: sermos campeãs.
UMd - O facto de jogares no SCBraga condicionou a tua escolha de Universidades quando concorreste? Porque?
CD - Também. Apesar de sempre ter querido entrar na UMinho, por ser uma academia de grande notoriedade, o facto de treinar cá em Braga também influenciou a minha decisão.
UMd - Para muitos atletas de alta competição torna-se difícil conciliar os estudos com a prática desportiva. Como é que tu consegues gerir esta nem sempre fácil “relação” ?
CD - É preciso abdicar de muita coisa. Os tempos livres que temos são quase sempre para estudar. Muitas vezes não podemos sair com os amigos porque no dia seguinte temos treino ou jogo.
UMd - A UMinho iniciou em Portugal um programa pioneiro no que diz respeito ao apoio aos atletas de alta competição, o TUTORUM. O que pensas desta iniciativa e do programa em si?
CD - Penso que é uma boa forma de ajudar os atletas de alta competição, pois estes perdem bastante tempo com a prática da sua modalidade, e o tutor acaba por ser um elemento fundamental nesse apoio.
UMd - Em que áreas já recebeste apoio através do Tutorum?
CD - Proporcionou na flexibilidade no prazo de entrega de trabalhos e nas justificações de faltas.
UMd - Os teus objectivos pessoais passam por uma carreira profissional no Voleibol ou os estudos vêm em primeiro lugar?
CD - Ambas são prioridades na minha vida. Quero ir o mais longe possível no voleibol, mas também quero tirar o meu curso.
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