CATrofa e SCBraga proporcionaram aquele que foi provavelmente o mais emocionante e electrizante confronto da 7ª jornada da A1 feminina. Frente a frente estavam duas equipas de universos diferentes. De um lado, o experiente CATrofa, com o orçamento mais elevado da A1, diversos títulos nacionais e duas estrangeiras de elevada qualidade. Do outro, o jovem SCBraga com o orçamento mais baixo da A1, a realizar o ano de estreia na divisão maior do voleibol nacional, sem estrangeiras e com 10 atletas das 11 convocadas, a saírem das suas escolas de formação.
Com o inicio do 1º set a marcar-se por um taco a taco, enganaram-se aqueles que vaticinaram uma pesada derrota do SCBraga, e enganaram-se aqueles que diziam que as arsenalistas iriam ser “esmagadas”. Batendo-se de igual para igual, as bracarenses chegaram mesmo a meio do set a liderar por 14-12. No final, e apesar deste parcial ter sido fechado a favor das trofenses por 25-16, a sua recta final ficou marcada por pontos obtidos com muita sustentação de bola.
O 2º set foi uma réplica do 1º, salvo uma excepção: o bloco do SCBraga. Este confronto com o CATrofa fica marcado pelo “surgimento” do bloco arsenalista na A1. Finalmente as atletas comandadas pelo Prof. João Lucas conseguiram parar na rede grande parte do volume atacante das suas adversárias. Com o parcial a ser disputado no limite, o bloco arsenalista fez a diferença nos pontos cruciais deste set, que acabou fechado 25-23 a favor do SCBraga.
Os restantes parciais (3º e 4º) que ditaram a vitória da equipa da Trofa, ficaram marcados mais uma vez, não tanto pelo mérito ou superioridade das adversárias, mas sim pelos erros (algo naturais) das arsenalistas em momentos chave dos respectivos sets. 25-16 e 25-19 são os números que não espelham no entanto o equilíbrio que sempre pautou estes dois parciais.
No final, e visivelmente agradado com o desempenho das suas atletas, João Lucas comentava que “apesar do Sporting de Braga não poder contar, mais uma vez, com a sua “ponta” Luísa Rocha (a recuperar de uma lesão) e de a sua distribuidora (Catarina Dias) não ter jogado nas melhores condições físicas, podemos afirmar que esta foi a partida em que conseguimos manter durante mais tempo um elevado ritmo de jogo. Finalmente conseguimos “fazer aparecer” o nosso bloco e só não conseguimos equilibrar ainda mais o resultado nos sets que perdemos - mais por demérito nosso do que mérito do adversário - pois continuamos a cometer alguns erros infantis nas partes finais dos sets.”
Em jeito de conclusão o técnico arsenalista afirmou que “apesar de ainda não termos vencido qualquer encontro nesta nossa estreia na A1, é evidente, que de jogo para jogo, temos continuamente vindo a crescer. É também evidente o maior entrosamento da distribuidora com as suas atacantes. Sei que apesar da juventude e inexperiência das minhas jogadoras, elas são efectivamente jogadoras de A1, com grande capacidade, com um futuro risonho à sua frente e sobretudo são atletas que dá gosto ver jogar! Nunca baixam os braços, não desistem, lutam até ao fim e que podem, e devem, sentir-se orgulhosas no final de cada encontro.”
O Sporting de Braga frente ao Académico da Trofa alinhou com o seguinte “sete inicial”:
Xana Fernandes (libero); Telma Fernandes e Bárbara Julião (centrais), Kariny Silva e Sara Bernardo (pontas), Sara Barata (oposta) e Catarina Dias (distribuidora).
Jogaram ainda: Vânia Lages, Marta Silva, Xana Silva e Xana Machado.
Texto e Fotografia: Nuno Gonçalves
Sem comentários:
Enviar um comentário